Opinião

A situação é real e aterrorizante. Já digo de cara e o trailer explicita bem o drama do tal capitão Phillips. Responsável por um cargueiro americano, ele atravessa a perigosa região do Chifre da África, onde estão localizados países cheios de conflitos e miseráveis, como Etiópia e Somália. Todos sabem disso e os navios têm lá seus mecanismos de defesa contra o ataque de piratas famintos, perigosos e coordenados pelas milícias ensandecidas em terra. Mas, como nem tudo é perfeito, Phillips e sua tripulação não conseguem se defender e viram reféns desses malucos e violentos “pescadores”.

Imagine uma situação de tensão extrema. Um sequestro, aquela sensação de absoluto pânico de estar nas mãos de gente desestruturada, drogada, que não tem absolutamente nada a perder. Por isso arrisca tudo. Phillips não. Tenta negociar, consegue montar alguma estratégia, mesmo sobre imensa pressão, mas a tortura emocional é o que realmente mata.

Nada disso teria tamanha emoção se não soubéssemos que se trata de uma história real e se não tivéssemos Tom Hanks no papel principal. Ator de inúmeros filmes, entre eles Filadélfia, Náufrago, Forest Gump, Tão Forte e Tão Perto, Sintonia de Amor, Hanks é espetacular na entrega ao personagem e na capacidade de transmitir sua angústia e medo durante o sequestro. Forte concorrente aos prêmios de 2014.

Vale dizer que, em filmes como este, Hollywood tem milhões de artifícios para evitar a filmagem em alto mar. É mais cara, mais trabalhosa e bem mais difícil para toda a equipe. Neste caso, para dar mais veracidade ao fato e criar um clima real, a produção resolveu filmar no mar. A história em si já é impressionante e eu até acho que ficaria incrível mesmo se fosse cenário. Imagine só o resultado nessa simulação real. Coitado do Phillips!