CAÇADORES DE OBRAS-PRIMAS – The Monuments Men
Opinião
Todo mundo sabe que Hitler sonhava em reunir todas as obras de arte conseguisse roubar em um museu particular. Além de colocar em prática os horrores de que já sabemos e que o cinema explora tão bem, colecionar obras-primas estava dentro do plano expansionista alemão. Seu exército, então, saqueou os museus dos países ocupados, as casas judeus colecionadores de arte, igrejas, templos e tudo mais que tivesse valor artístico e histórico e escondeu em lugares tão improváveis quando minas de sal há dezenas de metros da superfície. Estima-se nada mais, nada menos que 5 milhões de objetos culturais tenham sido roubados.
Num verdadeiro caça ao tesouro, o governo americano determinou que, entre 1943 a 1951, um grupo de 350 soldados aliados tivesse a missão de localizar e resgatar as obras de arte perdidas ou roubadas. Eles foram chamados de “Monuments Men“, que dá nome ao livro e ao filme, traduzido como Caçadores de Obras-Primas. Ajudados por profissionais do meio artístico como curadores, estudiosos, arquivistas de museus, os soldados saem à busca do que restou. A história em si já é extraordinária. O que George Clooney faz é ressaltar o humor e não o drama do contexto. Claro que a tragédia era total, mas seu filme tem um tom leve, reforça o sentido da amizade e da cooperação e me fez sorrir em vários momentos.
Evidente que, para isso, era preciso um time especial. Além de Cate Blanchett (também em Blue Jasmine) como guardiã do museu parisiense Jeu de Paume, conta com Matt Damon, Bill Murray, John Goodman, Jean Dujardin, Hugh Bonneville, Bob Balaban e o próprio Clooney. Afinadíssimos, os caçadores de obras-primas. Algo parecido aconteceu com os vinhos. O livro Vinho e Guerra – Os Franceses, Os Nazistas e a Batalha pelo Maior Tesouro da França, de Petie Kladstrup, conta como os donos de vinícolas francesas escondiam suas preciosas garrafas em paredes falsas, para tentar salvar a safra. Em Caçadores de Obras-Primas o tesouro é outro e carrega grande parte dos registros da história da humanidade.
Comentários