BUSCA IMPLACÁVEL 2 – Taken 2
Opinião
Feliz coincidência. Acabei de voltar de Istambul e várias coisas me impressionaram. A diversidade cultural, a onipresença do islã, a convivência pacífica, a tranquilidade do turismo na cidade. Também chama a atenção a quantidade de gente que circula a pé pelas ruas, mesclando turistas e locais, crenças religiosas, formas completamente opostas de se vestir. Enquanto a mulher muçulmana religiosa se cobre dos pés à cabeça de acordo com as regras da família e suas tradições, outras, como eu, vestem-se da maneira ocidental. A saber: calor de 33 graus, pernas e braços de fora, cabelo aparente, tudo de bom. Um contraste imenso. Interessantíssimo.
O que eu não entendi até agora é como a Kim, a personagem de Maggie Grace em Busca Implacável 2, não colocou um lenço na cabeça para esconder a cabeleira loira e despistar os cruéis sequestradores em plena Istambul. Teria sido muito fácil, ela teria se misturado à maioria. Fica a dica para a produção – se houver um terceiro filme.
O que não acho recomendável. Busca Implacável 2 é a sequência óbvia de um filme de mesmo nome, com os mesmos atores, em que Kim é sequestrada e seu pai, ex-agente da CIA, sai em busca da filha até as últimas consequências. O dueto já está bacana do jeito que está. Esses filmes de ação que dependem de uma eletrizante sequência de crimes, perseguições, estratégias e tudo mais, podem cair na mesmice se repetidos muitas vezes.
Desta vez, Bryan Mills (Liam Neeson, também em Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge, A Perseguição, 72 Horas, A Lista de Schindler, Cruzada) sai de férias com a ex-mulher Lenore e a filha Kim. Seguem para Istambul e são descobertos pelo sequestrador de Kim no primeiro filme, um albanês que quer vingar a morte do filho. As sequências de ação são muito bem feitas, principalmente a sequência da ofensiva estratégica de Kim, comandada pelo pai em cativeiro, e a fuga de carro pelas ruas estreitas do bairro do mercado. Ainda mais depois de ter caminhado muito por lá.
Fico sempre pensando o que pretendem filmes com este. Quando me vejo irriquieta e tensa na cadeira do cinema, levando susto, deixando-me levar pela trilha e suspense das cenas, acho que o filme cumpriu o papel. Com Busca Implacável 2 foi assim. A aflição é constante e não dá para desgrudar o olho da tela. Claro que tem seu grau de previsibilidade – afinal, não se trata de um filme dramático, e sim de um filme de ação e suspense. Não vejo problema nenhum, pelo contrário. É bem produzido, entretém e distrai. Mas que Kim poderia ter se poupado de certas aflições com um simples lenço na cabeça, isso podia!
Nos cinemas: 05 de outubro
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