A PARTE DOS ANJOS – The Angels’ Share

Cartaz do filme A PARTE DOS ANJOS – The Angels’ Share

Opinião

Humor inglês. Faz rir com sutilezas. E Ken Loach acerta quando fala dos anjos – aqueles que estendem a mão, o mais improvável dos improváveis ganha proporção de anjo quando se trata de mudar a vida de alguém. Parece até que fala com conhecimento de causa. Em A Parte dos Anjos, deixa explícito, com graça e leveza, que são esses anjos que aparecem e fazem a diferença; são eles que merecem a parte da recompensa por terem simplesmente acreditado.

Também diretor de À Procura de Eric e Rota Irlandesa (nos cinemas), Ken Loach levou o Prêmio do Júri em Cannes por A Parte dos Anjos. É delicado e original. Começa reunindo uma turma um tanto quando diferente. Todos julgados por pequenos delitos, recebem pena de trabalho comunitário. Tudo correria como sempre se não fosse Robbie (Paul Brannignan) e suas confusões. Prestes a ser pai, não é aceito pela família da sua namorada, vive apanhando e precisa encontrar uma maneira de ganhar dinheiro para começar a vida em outro lugar. Quem estende a mão (de anjo) é o assistente social encarregado da turma, que abraça a causa,  simpatiza-se com os garotos e acaba proporcionando momentos de lazer extraoficiais. Um deles em uma destilaria de uísque, onde será leiloado um exemplar raríssimo da bebida, que vai despertar em Robbie ideias geniais.

Das ideias geniais, muito humor. Fino, delicado. O quarteto diverte a plateia com suas conversas e confusões, sem que para isso seja preciso cair no pastelão. Nem de perto. Loach faz com classe e coloca a amizade e a gratidão num patamar alto, mais alto do que o barril de uísque comprado por mais de 1 milhão de libras. Ou melhor, tira o rótulo e a etiqueta. Alguns têm razão quando dizem que tem coisas que não têm preço.

Trailers

Comentários