A MULA – THE MULE

Cartaz do filme A MULA – THE MULE

Opinião

Baseado na notícia da New York Times Magazine que contava a história do senhor de 90 anos que fazia uns bicos transportando drogas para um cartel de drogas mexicano, Clint Eastwood incorpora o personagem e dirige o filme. Em A Mula, Eastwood não é tão rabugento como em Grand Torino, mas também não é tão bom, tão intenso. Mas A Mula tem algo diferente, o que faz dele um filme, no mínimo, interessante pra se ver.

Sem falar que temos Eastwood inteiro, com quase 89 anos, deixando muito jovem com inveja. Vigoroso e bem humorado, ele é Earl Stone, um floricultor falido, que deu mais importância ao trabalho do que à família durante a vida toda e que agora resolve correr atrás do tempo perdido. A neta é a única pessoa com quem mantém uma relação de afeto e, na tentativa de ajudá-la financeiramente, embarca na oportunidade de transportar drogas a mando do cartel mexicano.

Além do transporte das drogas, das relações familiares, há também a investigação do DEA, que precisa mostrar serviço e prender as mulas que andam suprindo Chicago de muita cocaína. Com seus momentos desnecessários de festas bregas, gastança, mulheres, capangas estereotipados, Clint tem momentos de descontração e humor – com piadas às vezes de mau gosto e preconceituosas, mas que se encaixam no discurso de um homem na véspera dos 90, que não está habituado em ver “sapatas motoqueiras” pelas estradas. Se fosse algo comum aos olhos do personagem, seria totalmente incoerente.

Mesmo com a redenção final – aliás, é ela que dá leveza ao personagem finalmente de bem com a vida -, A Mula é um bom filme, ainda mais lembrando que é inspirado em um sujeito que realmente passou por isso. Veremos se é mesmo sua última participação com ator.

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