2012
Opinião
Fiquei pensando o que dizer sobre este filme-catástrofe – que não faz meu gênero. Cogitei, inclusive, não dizer nada, simplesmente não colocá-lo no Cine Garimpo. Mas quando me dei conta de que assisti ontem, terça-feira, justamente no dia em que São Paulo parou por causa da chuva torrencial e de que esta semana os líderes mundiais estão em Copenhague para discutir as mudanças climáticas e providências a serem tomadas para evitar uma catástrofe, bingo! Percebi que esse era o ponto e que, de certa maneira, dava para tirar suco dessa história.
Fui assistir acompanhando as crianças que não conseguiram chegar à escola porque ficamos ilhados. A catástrofe-da-vida-real. Justo enquanto os poderosos discutem se há algo para fazer e até que ponto a humanidade está disposta a abrir mão para preservar o universo como o conhecemos hoje… Sugestivo, no mínimo.
O filme mostra o mundo literalmente acabando, as fendas da Califórnia engolindo tudo e todos, o Corcovado tombando, o Himalaia virando mar. Bem, seguindo a projeção maia de que isso aconteceria em 2012 e de que seria um segundo dilúvio, tive que suportar algumas cenas estilo arca de Noé, com direito ao salvamento de animais, assim como de algumas amostras da raça humana para perpetuar as espécies.
Mas o forte são os efeitos especiais, realmente incríveis – o diretor é o mesmo do apocalíptico Independence Day, que não assisti. O fato é que precisa gostar desse tipo de filme. Eu normalmente não me interesso. Mas as crianças, de 8, 10 e 11 anos, se envolveram e ficaram bem aflitas com tanta destruição – eu também. Logicamente aproveitei o gancho do tema para falar de aquecimento global, poluição, camada de ozônio e afins, o que serviu para ilustrar exageradamente a vida de quem vai ou sofrer mais ou se beneficiar com as decisões do presente.
Vale dizer que achei o filme inofensivo, eticamente falando. Digo isso porque recebi emails a esse respeito. Tem catástrofe, mas não violência, palavrão, assassinato ou coisa do gênero. Acho que a criançada pode ver – acompanhada – desde que aguente o suspense e os sustos. A bem da verdade, acho muito mais complicado assistir filmes como hit Lua Nova, que tem sedução, malícia e tudo mais, do que 2012.
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