LATE BLOOMERS – O AMOR NÃO TEM FIM – Late Bloomers

Cartaz do filme LATE BLOOMERS – O AMOR NÃO TEM FIM – Late Bloomers

Opinião

A diretora do belo, delicado e bem humorado A Culpa é do Fidel repete a dose em Late Bloomers – O Amor não tem Fim. Agora não é mais através do olhar de uma menina que conhecemos a história, mas sim do olhar de um casal na terceira idade, que enfrenta dificuldades ao se dar conta que os anos passaram.

Juntos há mais de 30 anos, Mary (a sempre linda Isabelle Rossellini) e Adam (William Hurt, também em Robin Hood, Syriana) têm uma relação saudável e rica, três filhos nas costas e uma vida de lembranças felizes. Mas enfrentam a chegada da casa dos sessenta de forma distinta. Enquanto Mary tenta se envolver com trabalho voluntário, passa a fazer exercícios por recomendação médica, mas não quer ser considerada uma ‘senhora’, Adam envolve-se em um novo projeto de arquitetura com jovens do seu escritório, muda o visual para algo mais jovem e não assume que realmente os tempos passaram e que é preciso mudar para continuar.

A passagem do tempo é mostrada de forma leve, com crises bem humoradas, mas também com reflexão. Onde cabe um casamento de mais de 30 anos nesse contexto? A história de que é preciso de fato casar-se várias vezes com a mesma pessoa para que a relação siga em frente é fato no filme. Reinventar-se, encontrar a beleza de cada fase, olhar com orgulho os projetos realizados e desejar continuar junto. Tarefas demais, que dão trabalho. Preciso dizer também que não gosto desse subtítulo em português, mesmo porque ele mata descaradamente a sutileza do título original, Late Bloomers, que é carregado de significado, totalmente condizente com o contexto do filme. O termo “late bloomers” faz alusão ao florescimento tardio, ao desabrochar de alguma habilidade, capacidade, conhecimento depois do esperado. Neste caso, é o desabrochar para uma nova fase, o renascer de um amor que sempre existiu, sem que para isso seja preciso ser jovem. Bonito e delicado. Uma homenagem aos casamentos que sobrevivem ao tempo e às diferenças.

 

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