PERFUME DE MULHER – Scent of a Woman

Cartaz do filme PERFUME DE MULHER – Scent of a Woman
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Opinião

“Não sei se o silêncio de Charlie está certo. Não cabe a mim julgar. Mas sei que ele não denunciará ninguém em troca de um futuro. Isso é integridade. Isso é coragem.” – Frank Slade

Em tempos de total falta de ética e comprometimento, revi Perfume de Mulher. Algumas cenas são memoráveis, como o tango (veja o vídeo abaixo) e a defesa aos princípios que o tenente-coronel Frank Slade (Al Pacino, também na trilogia O Poderoso Chefão) faz diante do corpo dirigente do colégio. Mas isso só foi possível e só é inesquecível porque conta com a atuação impecável de Al Pacino, que faz o papel de um militar cego que consegue transmitir sensações e sentir o mundo de uma maneira muito particular. Incrível o olhar do ator, que recebeu o Oscar pelo papel. Apesar de cego, seu olhar é fulminante. Confesso que em alguns momentos cheguei a pensar que ele enxergasse, tamanha a sutileza da atuação. E de fato consegue, só que não com os olhos.

Para quem não lembra, ou ainda não viu, em Perfume de Mulher o tenente-coronel mora com a sobrinha, numa casinha no quintal da casa, e é tudo aquilo que se espera de alguém sozinho, solitário e frustrado: um sujeito rabugento e mal humorado. A sobrinha quer viajar no feriado de Thanksgiving e contrata um estudante da renomada Baird School para cuidar do tio. Quem aceita o trabalho é Charlie Simms (Chris O’Donnell), que vive um dilema: dedurar ou não seus colegas ao diretor. Da relação tumultuada e agressiva do começo, surge um profundo respeito e Charlie e Frank encontram, um no outro, a motivação que eles precisam para continuar a luta. Cada um, a sua.

O perfume de mulher propriamente dito entra como alusão à sensibilidade aguçada de Frank, própria da sua condição de cego. Mas achei desta segunda vez que o título vai mais além. Remete à cegueira de uma maneira geral, que aprisiona os pensamentos, as atitudes, o comprometimento, a coragem. Fala de todos os sentimentos que são invisíveis aos olhos e que só são percebidos ao sair da materialidade, da mesmice, da zona de conforto. Isso serve para o perfume, da mesma forma que serve para a dança, a delicadeza, o humor, os sentidos, a ética, a integridade.

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