A FESTA DE BABETTE – Babettes Gæstebud
Opinião
Já se vão mais de vinte anos desde que esta produção venceu o Oscar de melhor filme estrangeiro em 1988 e ainda nos referimos a um banquete, uma refeição farta, com iguarias e cardápio especial, como sendo uma ‘festa de Babette’. Não é à toa. O filme dinamarquês é bonito e singelo e marcou por dar ao banquete preparado por Batette tanto o tom de ‘obra de arte’ quanto de ‘refeição conciliadora’, uma verdadeira ‘refeição dos deuses’.
É com um rebuscado e especial jantar que a francesa Babette consegue unir o rebanho de um pastor já morto, nos festejos do seu centenário. Liderados após a sua morte por suas duas filhas solteironas num vilarejo costeiro da Dinamarca do século 19, os fiéis se rendem ao aguçado paladar das escolhas de Babette, sem mais temer que suas iguarias francesas infringissem alguma lei divina.
Numa clara referência à importância da refeição e do sentar-se à mesa para compartilhar o alimento, ele se torna a ferramenta para o entendimento, para a conciliação, para o degustar o prazer da comida. Mais que isso, consagra a culinária como arte, obra de um verdadeiro artista. Como diz a própria Babette, ‘um artista nunca fica pobre’. Para quem cozinha, pode parecer trivial. Para quem não tem esse dom, parece realmente um presente dos deuses.
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