O PREÇO DA FAMA – La Rançon de la Gloire
Opinião
Filmes assim não são feitos para serem críveis. Tem cara de fábula. São do mesmo diretor o belíssimo Homens e Deuses e o instigante filme de época Adeus, Minha Rainha. São gêneros diferentes, eu sei. Mas O Preço da Fama fica morno demais diante de obras tão contundentes e instigantes.
Voltando a questão da fábula, a história gira em torno de dois amigos, Eddy e Osman, que andam fazendo coisa errada e querem agora entrar na linha. Osman é casado e cuida da filha sozinho, porque a esposa está doente no hospital. Sem grana pra pagar a conta da cirurgia, Eddy tem uma ideia inusitada para conseguir o dinheiro para o amigo, quando vê na televisão que Charles Chaplin morreu (estamos em 1977).
O filme não é morno por falta de elenco: Benoît Poelvoorde faz o papel cômico superbem em Românticos Anônimos e o dramático em Três Corações, com bastante força; Roschdy Zem faz personagens bem mais interessantes em Para Poucos e Fora da Lei, de modo que aqui seus talentos são subestimados. Sem falar que as duas potências femininas, Chiara Mastroianni e Nadine Labaki passam, praticamente, em branco. E pra completar, o título – implico muito com as adaptações brasileiras dos títulos originais, quando ela perde o sentido. Não precisa ser literal, mas tem que ser inteligente. Aqui, parece que alguém fica famoso, quando o original é algo como “o valor da glória”, ou melhor, quanto custa pra conseguir algo que se quer muito.
Se eu fosse você, esperaria pra assistir em casa, quando chegar no streaming. E aproveite para ver cada um dos filmes citados acima, que são sim muito, mas muito mais marcantes.
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