DEPOIS DE MAIO – Après May

Cartaz do filme DEPOIS DE MAIO – Après May
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Opinião

Depois de maio de 68, tudo foi diferente. A ebolição daquela década mudou para sempre a história dessa juventude que transgrediu, desafiou, foi para as ruas protestar contra a guerra, a rigidez das regras culturais e comportamentais que resultavam dos anos em que a França estava se recompondo da destruição da Segunda Guerra.

Apesar de ter sacudido tudo e todos na França e de ter contagiado outros jovens, universitários e operários em outros países europeus, o que se viu na década seguinte foi o oposto disso. Jovens sem rumo ou propósito, buscando o que ser e o que fazer, mas sem aquele entusiasmo do fim dos anos 60. E isso que eu mais gosto no filme: a indecisão do personagem Gilles diante de fazer a revolução ou o cinema tem o ritmo dessa fase lenta, letárgica, morna. O diretor Olivier Assayas (também de Horas de Verão) acerta nesse tom carregado de significado, embora possa parecer, em alguns momentos, devagar demais.

Mas esse é o ritmo de Gilles, que busca se encontrar nessa sociedade politizada, mas que não sabe muito bem o que fazer com isso. Sabe que precisa andar em grupo, procurar juntar-se aos que têm objetivo em comum, nem que este seja ‘não ter objetivo de fato’. Mas, assim como em Horas de Verão, Depois de Maio tem um gosto forte de recomeço, de descoberta. No primeiro, a família que perde a matriarca precisa encontrar uma nova maneira de se relacionar entre si e com as marcas do passado que existem em comum; neste os jovens precisam descobrir o que fazer com o legado da ebulição cultural e social dos anos 1960. E esse é o ponto interessante, que pede reflexão, não tanto política quanto no filme/série Carlos (sobre o terrorista Chacal), mas sobre o papel pessoal de cada um na sociedade.

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