Opinião

Eu sabia que já tinha visto esta história em algum lugar: casais com fetiches sexuais incomuns. A mulher que se excita vendo o marido chorar; a outra com plantas; a outra quando toca em tecidos como seda, quando é violentada ou quando vê o outro dormindo. Remake de Pequena Morte, filme australiano, Kiki – Os Segredos do Desejo é uma leitura mais exagerada e debochada. Tem um viés escrachado – mas é essa a intenção. Carregar de símbolos fálicos, metáforas sexuais, caras e bocas, pra fazer rir. Nada além disso. A direção de

E faz. Dei boas risadas. As cinco histórias paralelas acontecem, para se encontrarem no final naquela linha que a gente já conhece: no lugar comum, pra gente comum, como nós todos. Os casais realmente questionam suas vidas sexuais, colocando em risco seus relacionamentos, até que se ache um meio termo capaz de satisfazer a todos – sexual e emocionalmente. Afinal, um não caminha sem o outro – pelo menos, não por muito tempo. Pequena Morte é mais elegante que Kiki – mas isso não tem a menor importância, cada um com a sua linguagem e seu histórico cultural. Diversão garantida.