VIVA A LIBERDADE – Viva la Libertà

Cartaz do filme VIVA A LIBERDADE – Viva la Libertà

Opinião

Personagem principal do filme A Grande Beleza, ganhador do Oscar, do Bafta e do Globo de Ouro em 2014,  Toni Servillo é realmente uma figura – e faz toda a diferença. Aqui, em Viva a Liberdade, ele representa dois irmãos gêmeos, Enrico e Giovanni Ernani, água e vinho, que juntos propõem uma leitura divertida e bem intrigante da política, da fama e do discurso.

Logo me lembrei de outro filme italiano, que também discute a dúvida que pode colocar em cheque – e em estado de choque – pessoas públicas, que não se identificam com o papel que exercem. Habemus Papam, de Nanni Moretti, fala do papa que questiona seu papel como líder religioso e sua capacidade de levar adiante a imagem que seu cargo exige. Interessante e muito atual. O Enrico de Viva a Liberdade é um político em baixa, líder do partido de oposição. Enfrentando pressões de todos os lados, desaparece do mapa de um dia para o outro, assim como o papa do filme de Moretti. Seus assessores têm que se virar para explica à opinião pública onde é que o tal líder foi parar.

Enrico, político sisudo e cheio de dúvidas, tem um irmão gêmeo, dito maluco e controverso ao extremo, por assim dizer. Idênticos, logo se pode imaginar o que isso vai gerar. Vale conferir em que posição cada um dos gêmeos se encontra, que posição escolhem e que discurso estruturam – para si e para o público.

Numa discussão que cai como uma luva no momento brasileiro que vivemos, traz à tona o público e o privado, o sentimento e a imagem construída, a vocação e a conveniência. Vale seu ingresso e vale pensar como desvendar a charada final. Em gêmeos idênticos, qualquer detalhe pode ser precioso.

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