UM HOMEM DE SORTE – The Lucky One
Opinião
Um Homem de Sorte tem um importante chamariz como comédia romântica, ou seja, filme para ver bem acompanhado para a turma adolescente. Zac Efron foi o ídolo das meninas há alguns anos como Troy Bolton, a estrela dos três filmes da série High School Musical, que fez uma baita sucesso ao lado de sua turma entre 2006 e 2008. Pois é, Zac Efron cresceu, já não pode mais fazer o papel do adolescente e enfrenta o grande dilema por que passam os jovens atores que ficam famosos com um certo estima e precisam se reinventar.
Por coincidência, assisti esses dias a Noite de Ano Novo, já em DVD. O filme mostra um mosaico de personagens na passagem do ano em Nova York e um dos atores é justamente Zac Efron. Está mais descontraído, fazendo o papel mais divertido e solto. Prefiro assim, do que na pele do sofredor fuzileiro naval de Um Homem de Sorte.
Neste filme, o jovem soldado passa pela terrível experiência da guerra e da morte, e quando volta precisa encontrar novamente uma razão para viver. Sua intuição diz para ir atrás da mulher que está na foto que encontrou nos escombros de uma ataque. Acredita ter tido a sorte de se salvar por causa dela. Contando essa mesma pequena sinopse à minha filha de 10 anos, que acompanhou com todas as suas forças a série High School Musical na época, ela já matou todo o desfecho. E você também já pode imaginar o que vai acontecer. Mas acho que isso é o de menos – tem muita comédia americana previsível por aí e esse tem sido o padrão dos últimos tempos. Até por isso que quando assisto a produções europeias criativas, recomendo no Cine Garimpo na hora. Precisamos aumentar o repertório…
Não é o romance, nem a previsibilidade que incomodam mais – parece que isso faz parte do gênero. O que me deixa sem paciência neste tipo de filme é a falta de graciosidade. Graça de fazer rir não tem mesmo – e nem pretende. Mas também não tem diálogos interessantes, quem dirá inteligentes. Zac faz um sujeito correto, mas sério demais da conta. Está travado, duro, como se estivesse com medo de se soltar e encarar a nova fase. Como falei, prefiro quando encarna um personagem mais leve. Sua parceira Beth (Taylor Schilling), também não convence, é dramática demais – no sentido mais melado da palavra. Quem se salva é Blythe Danner, mãe de Beth, que é mais solta e natural.
Bingo, achei a palavra que me faltava quando comecei a escrever: natural. Falta naturalidade e desenvoltura, embora imagine que vá agradar ao público adolescente, às meninas que vão suspirar com o romance. Aliás, é para elas que o filme foi feito – não há dúvida.
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