Opinião

UM FILME DE CINEMA é daqueles filmes que é um afeto só. Do começo ao fim. Neste mês de outubro que pretende ser das crianças, é um alento ter esta singela pérola brasileira pra oferecer a elas. Crianças tão acostumadas à grandes produções, narrativas distantes só presentes do outro lado da tela digital, com toda a sofisticação que isso inclui, têm aqui a oportunidade de consumir uma história que tem uma pegada experimental e  entra na nossa casa, literalmente.

Mendonça faz um filme em que suas próprias filhas. Bebel e Isa (7 e 3 anos respectivamente) são as protagonistas e praticamente fazem o papel delas mesmas. Sim, Bebel, a personagem, precisa fazer um trabalho pra escola e resolve construir um filme com os colegas. Seu pai é cineasta, está em crise de criativa. Toda a inventividade e curiosidade da filha se cruza com este momento vazio que o pai atravessa.

Disso nasce o filme que mistura cenas documentais, grafismo, música e uma interação entre eles amorosa e divertida. Passeamos não só pela história do cinema e pena missão da garota de fazer um filme pra escola, mas também pela naturalidade desta linda e promissora atriz que é Bebel. E, claro, é um convite para que as crianças soltem sua imaginação, se apropriem das conexões que têm à disposição e contem suas histórias como bem entenderem!