SOLTEIROS COM FILHOS – Friends with Kids
Opinião
Andei desaconselhando algumas comédias românticas nos últimos tempos. Não achei graça em Um Homem de Sorte, como publiquei nesta coluna, nem vi nada de bacana em Jovens Adultos como disse a crítica – só para citar alguns mais recentes. Por outro lado, gostei da leveza que é o italiano As Idades do Amor e revi produções incríveis como Alguém tem que Ceder com Jack Nicholson e Diane Keaton. Adoro o gênero, que fala basicamente da mesma coisa: os encontros e desencontros dos casais durante a vida, naquilo que move a vida das pessoas. Até por isso, acho que resolvi ir assistir a Solteiros com Filhos desprovida de pré-julgamentos. Achei que poderia trazer algo de interessante. E mesmo se não trouxesse, poderia ser gracioso e romântico – dentro da proposta deste tipo de produção.
Sim e não. Sim, interessa porque toca num ponto pelo qual todos nós (casados e com filhos) passamos: a ilusão de que nada mudará com a chegada dos rebentos, contrastando com a certeza de querer tê-los. É o que acontece com 3 casais de amigos. Dois deles resolvem casar e aumentar a família, e o terceiro não. São melhores amigos, mas não escondem a vontade de serem pais e optam pela produção independente. A partir da chegada das crianças, não é só a rotina que muda, mas os programas, interesses, o corpo, a disposição. Sem falar no principal, que são as diferenças. Ficam mais aguçadas, mais importantes no relacionamento e tornam-se uma espécie de grande teste final.
Não é tão interessante quando abusa um pouco do jargão do sexo e tudo mais que faz parte da realidade da vida adulta sem compromisso. O termo “amigos” no título original Friends with Kids, é mais apropriado do que “solteiros”, já que estamos falando também de casais que apostaram no casamento logo de cara. É mais uma daquelas adaptações e mudanças que batem de frente com o conteúdo do filme. Decisões comerciais que muitas vezes fico sem entender.
Mas conta com a boa dupla do filme Missão Madrinha de Casamento Kristen Wiig e Maya Rodolph, que não tem tanta exposição na direção da novata Jennifer Westfeldt, que é a protagonista Julie (teria sido melhor inverter um pouco esses papéis). Mas de uma maneira geral, os casais funcionam, o filme distrai e diverte com situações tipicamente masculinas e femininas na confusão dos lares reformulados com filhos pequenos. Dica para o feriado, para quem quiser assistir bem acompanhado.
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