SOL DE INVERNO – My Sunshine
Opinião
Sempre que assistimos a uma história, a tendência é nos deixarmos levar pela expectativa que criamos para o desenrolar de acordo com nosso conhecimento prévio de mundo. SOL DE INVERNO começa de um jeito, criamos um desfecho déjà vu na nossa cabeça para os pré-adolescentes patinadores, mas o diretor Hiroshi Okuyama nos conduz pra outro lugar. Esta é a maior beleza de My Sunshine — título original que, inclusive, aponta para outro ângulo da narrativa.
Aliás, o diretor, que apresentou seu filme em Cannes em 2024, nos conduz mesmo. Deixe-se levar, este é o segredo pra embarcar na dança, que começa desajeitada, ganha ritmo pra nos surpreender no desfecho. Takuya é um garoto de 9 anos, que não vê graça — nem leva jeito — pro hóquei no gelo. A temporada começa, a galera se envolve com o esporte, mas ele está mesmo de olho no treino de Sakura, uma talentosa garota que está chamando atenção na patinação artística. Quem conduz o treino é um ex-campeão do esporte, que vê nos dois adolescentes uma possível dupla promissora.
SOL DE INVERNO tem uma luz sutil, que ilumina com uma granulação própria de algo que não está muito claro. Nítido, melhor dizendo. Aos poucos, o amadurecimento da narrativa coincide com o dos personagens, construindo um lindo filme do que chamamos coming of age. Okuyama continua a nos conduzir pelo afeto entre os três personagens mas, no final, entrega para as estações do ano e para nós, espectadores, o direcionamento dessa tocante história.
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