SHIRLEY
Opinião
Pra mergulhar no clima da intelectualidade dos anos 1960, Shirley, uma cinebiografia da escritora de terror Shirley Jackson, vai fundo. Ambientado em 1964, Shirley e seu marido, o professor universitário e crítico literário Stanley Nemser, vivem uma relação simbiótica e intensa. Com uma certa áurea de mistério em que a produção intelectual se mescla com a realidade do casal, esta cinebiografia tem a personagem da escritora na liderança dos gênios e humores, determinando o rumo das vidas – e do filme.
Até que chega um jovem estudante e sua esposa grávida pra ficar alguns dias – estadia que se transforma em presença constante e em cumplicidade, envolvidos pelo encantamento das personalidades de Shirley e Stanley. Como se um véu fosse sendo removido aos poucos, revelando as sutilezas e intimidade de almas tão intensas e pujantes.
Genialmente interpretada por Elisabeth Moss, Shirley escrevia histórias de terror. Ela própria era uma mulher enigmática – e temperamental ao extremo – que mistura vida com ficção, envolvendo esse jovem casal e transformando suas vidas. Inclusive com toque feminino com autonomia e personalidade fortes, na figura da jovem Rose, que vai ganhando ares de quem quer dizer a que veio.
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