RIO

Opinião
O que RIO tem de mais bonito: o encanto das cores, da música, do bonito e poético retrato da cidade, dos morros, do perfil do Pão de Açúcar e do Corcovado. Mas o que RIO tem de mais desafiador: retratá-los com graça, humor inteligente e sem apelação, apesar de todos os estereótipos que o Rio de Janeiro carrega. Deve ter sido o olhar criterioso e bem humorado do diretor brasileiro Carlos Saldanha. Aliás, só pode ser carioca. A história da corrida pela preservação da arara azul em risco de extinção, a fuga dos criminosos da favela (outro estereótipo driblado com graça), a participação fugaz no desfile do carnaval carioca têm uma delicadeza especial com os efeitos em 3D, que ressaltam ainda mais a diversidade da fauna e flora brasileiras.
Digo sem medo de errar: RIO, dos criadores da série A Era do Gelo, será um sucesso, entre adultos e crianças. Mostra uma imagem do Brasil alegre, afinal é Carnaval; colorido, com toda a sua passarada e matas; humano, inclusive no seu lado marginal – o que não desmerece, já que o panorama bandido-mocinho está sempre tão presente no universo das animações e, por que não dizer, da vida. O que importa aqui é o seguinte: assistam, divirtam-se e aproveitem para dar risada com os ótimos personagens. O riso chega naturalmente em situações engraçadas e atrapalhadas, em referências bacanas para nós, adultos, e em tiradas inteligentes. Assisti ao filme numa segunda-feira pela manhã e confesso que saí da cabine de imprensa como se fosse sábado. Não era, mas serviu de aperitivo para começar a semana mais leve.
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