Opinião

Se QUINOGRAFÍA aparecer nas plataformas, fique de olho. Não só pela Mafalda, que dispensa apresentações, mas principalmente por Quino, o cartunista que criou essa menina contestadora e consciente; politizada, irônica e dona de um humor ao mesmo tempo elegante e cortante. O criador por trás da criatura é retratado nos momentos antes e depois de Mafalda, o que dá, à sua criação mundialmente famosa, ainda mais notoriedade.

É com base na última entrevista de Quino em 2014 que este documentário é pensado. Intercalada com outra entrevista que o cartunista deu ainda jovem, as falas vão se sobrepondo pra construir a história do artista que se exilou na Itália durante a ditadura Argentina, desenhou Mafalda entre 1963 e 1974 e criou vários personagens para acompanhá-la. Deixou estampada sua posição política e social na fala da menina e,  quando achou que já não tinha mais nada a dizer, entendeu que era hora de interrompeu a trajetória de Mafalda.

Mas, a essa altura do campeonato, ela já era uma “filha” independente. Já tinha alçado voos e conquistado o mundo. QUINOGRAFÍA é sobre o criador que, mesmo diante de um feito e tanto, diz, humildemente, que não sabe como gostaria de ser lembrado.