PONTE DOS ESPIÕES – Bridge of Spies
Opinião
Depois de O Resgate do Soldado Ryan (1998), Prenda-me Se For Capaz (2002) e O Terminal (2004), Tom Hamks e Steven Spielberg voltam a trabalhar juntos na parceria ator-diretor que funciona tão bem. Ainda mais quando se trata de contar uma história baseada em relatos reais a partir do roteiro dos irmãos Ethan e Joel Coen (também de Onde os Fracos não Têm Vez). Aqui Speilberg é mais do que correto: é minucioso é impecável; Tom Hanks, um ator mais que completo, no ápice da sua maturidade dramática.
É assim que a dupla se mostra em Ponte dos Espiões. No auge da disputa entre Estados Unidos e União Soviética durante a Guerra Fria, os espiões invadem os territórios inimigos disfarçados dos mais incríveis personagens. Cada vez que um deles é desmascarado, torna-se uma poderosa fonte de informações, além de moeda de troca e de boas chantagens – uma peça fundamental no jogo pelo poder.
É nesse cenário que o espião russo Rudolf Abel (Mark Rylance) – que, aliás, rouba a cena com seu jeito despreocupado, poucas e inteligentes palavras – é pego em ação, ganha o direito de ter como advogado de defesa o renomado e ético James Donovam (Tom Hanks, também em Filadélfia, Capitão Phillips, Náufrago) e abre um precedente inacreditável na diplomacia entre os dois países.
Ponte dos Espiões tem muito da emoção travada da época da construção do Muro de Berlim em 1961, da tensão constante das relações, do patriotismo versus traição, e do valor que tem uma conduta ética e coerente. Dançar conforme a música pode ser o caminho mais curto, mais fácil e o mais esperado, mas sem dúvida deixa pra trás a chance de fazer a diferença.
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