POLÍCIA FEDERAL – A LEI É PARA TODOS
Opinião
Polícia Federal – A Lei é Para Todos entra em cartaz rodeado de polêmicas de todos os lados. Uns dizem que pretende influenciar as eleições de 2018, na tentativa de blindar o trabalho da polícia federal e do Ministério Público. Outros reclamam que a figura do Lula está caricata, assim como dos jornalistas, que seriam todos pró-PT. Outros ainda acham que os patrocinadores, mantidos sob sigilo, deveriam ser divulgados, que isso seria mais uma prova da parcialidade evidente do filme.
Cada um com sua verdade e opinião. O que acho que todo mundo concorda é que, diante da montanha de dinheiro encontrada esta semana e das infinitas tsunamis que vemos nessa mar de lama, qualquer filme fica superficial e fraco. É um recorte e é ficcional – embora seja inspirado no livro homônio, de Carlos Graieb e Ana Maria Santos. Portanto, escolhas foram feitas.
Talvez a maior função que o filme possa ter – além de entreter com cenas de ação e perseguição, e da boa atuação do agente Julio Cesar, personagem que tem um questionamento – é relembrar como começou a Lava Jato, pra quem tem memória curta ou preguiça de acompanhar as mil e uma notícias escancaradas sobre corrupção, poder e buraco negro brasileiros. Tem um lado didático do filme que vai contando nosso triste histórico de passividade e comodismo cívicos, o que pode, de alguma forma, tocar a juventude que está meio “distraída” e fingindo que o assunto não é com ela – sem subestimar, de forma alguma, a inteligência dos jovens. Mesmo porque, são eles que vão – ou teriam que – mudar essa linha de raciocínio. Fato é que, pensando bem rapidamente, algo da envergadura e complexidade de Tropa de Elite, agora nessa seara ainda mais complexa, teria caído feito uma bomba. A Lei é Para Todos cai, mas feito bombinha de São João.
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