PEQUENA MISS SUNSHINE – Little Miss Sunshine
Opinião
“Um perdedor é aquele que tem tanto medo de não ganhar, que prefere não tentar.” – Edwin, avô de Olive
“A vida é um desgraçado concurso de beleza, um após o outro… escola, colegial, trabalho…” – Dawyne, irmão de Olive
Apresentado no Sundance Festival, PEQUENA MISS SUNSHINE foi coroado no hall dos filmes independentes. Não é para menos: além de ser literalmente um road movie (grande parte do filme se passa na estrada), vai na direção inversa dos rótulos e grandes produções e condena, em grande estilo, os comportamentos enlatados, as mocinhas com cara de Barbie e os pais que projetam suas frustrações mais profundas nos filhos. É uma das pérolas do cinema de autor americano.
Os personagens formam uma família que, como muitas outras, conta com personagens pra lá de excêntricos. Olive, de 10 anos, é a âncora de tudo. Deseja desesperadamente participar de um concurso de beleza, mas fisicamente não é exatamente uma beldade para padrões americanos, nem tem a vaidade necessária para tal. Ao seu redor estão o pai Richard, um palestrante motivacional que não consegue emplacar suas teorias de sucesso; a mãe Sheryl, trabalhadora dentro e fora de casa, sempre fazendo o meio de campo familiar; o irmão Dawyne, adolescente que resolve não falar mais em protesto contra tudo e todos; o tio Frank, professor deprimido e gay, que entra em crise existencial e tenta se matar; e o avô Edwin, que é viciado em cocaína e diz o que lhe dá na telha.
Ao decidirem acompanhar Olive até o concurso, fazem da velha kombi o cenário de todos os tipos de conflitos e revelações familiares. É nesse contexto que se percebem enquanto família, apesar dos pesares e das diferenças. Quem é que não tem as suas?
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