Opinião

O que temos pra hoje é um ótimo documentário e reflexões urgentes que vêm com ele. E vêm também com a vida real. Com a estarrecedora notícia de que mulheres não podem mais frequentar instituições privadas de medicina no Afeganistão (detalhe: esta era a última opção que elas tinham de curso superior), não há como não ficar apavorada. Assim sendo, vejam só o perigo: em pouco tempo, só haverá homens na função de parteiras e enfermeiras. As mulheres estarão ainda mais vulneráveis e em perigo do que já estão. Lembrando que mulheres só podem ser passar por atendimento médico se um homem da família estiver presente na sala do consultório.

Por isso, o que temos pra hoje é PÃO, ROSAS E LIBERDADE, de Sahra Mani, um documentário produzido pela atriz Jennifer Lawrence e Malala Yousafzai, que denuncia a atual situação de perigo e repressão por que passam as mulheres no Afeganistão.

Estarrecedor. Depois que o exército americano retirou suas tropas do Afeganistão em 2021, o Talibã assumiu o comando rapidamente. Embora tivesse dado sinais de alguma moderação num primeiro momento, a realidade logo se mostrou atroz e retomou a essência da sua conduta opressora, totalitária, extremista e assassina.

E por falar em vida real, esperemos que na Síria não seja da mesma forma. Agora nas mãos de extremistas islâmicos, esperemos que sinalizem uma conduta não-teocrática. Livres da ditadura, torcemos para que haja liberdade enfim. E democracia. Mas, diante das incertezas, este documentário se torna ainda mais urgente.

Importante sempre lembrar o papel do cinema nesses casos de violência e silenciamento. Por isso, “Stand with Women in Afghanistan”.

PÃO, ROSAS E LIBERDADE (Bread& Roses), de Sahra Mani (EUA, 2023)