Opinião

Além do senso de humor sútil e displicente que têm os personagens de OS DELINQUENTES nesta comédia do absurdo, o mais curioso, que eu percebi à medida em que os personagens foram sendo apresentados e foram se embrenhando nesta trama, são os nomes das pessoas.

São cinco personagens: Morán é quem tem em mãos o gatilho do filme: a ação de roubar o banco onde trabalha para ter dinheiro suficiente pra vida toda. Cansou de fazer todo dia a mesma coisa e chutou o balde.

Só que pra isso ele precisa de um cúmplice. Será Román, um colega de trabalho que entra de gaiato na história. Román conhece Norma, que é irmã de Morna, que é companheira de Ramón.

Reparou? Todos os nomes são anagramas, ou seja, são formados pelas mesmas letras em ordens diversas. Detalhe? Sim. Necessário? Talvez não. Mas dá um charme a mais pra insanidade do roubo, pra loucura da estratégia do ladrão, pra passividade do cúmplice, pra liberdade das irmãs.

Coisa de delinquente mesmo, com a pitada do cinema argentino que torna o humor elegante e casual. A saga só não precisava de três horas pra ser contada. Dava pra enxugar e montar, sem perder a originalidade.