O QUARTETO – Quartet
Opinião
Curioso quando um filme chama atenção das pessoas pela imagem. Ao me ver com o DVD na mão na locadora (sim, ainda consulto as estantes de locadora), uma pessoa me perguntou se O Quarteto era parecido com E Se Vivêssemos Todos Juntos? e com O Exótico Hotel Marigold. Bingo, resumiu muito bem! Tem a mesma vibração e senti que tem também a mesma intenção dos dois primeiros. A ideia aqui é fazer um recorte da terceira idade sem qualquer réstia de piedade. Pelo contrário: o enfoque está nos três ingredientes fundamentais (e positivos) desta nova fase da vida: o humor, a amizade e o hobby.
Pois é, cultive o seu – ele será fundamental mais tarde. É o que demonstram as senhoras e senhores que vivem neste incrível lar para a terceira idade. Um casarão inglês lindo, amplo, superbem cuidado e cheio de músicos aposentados. É assim que eles passam o tempo, revivendo situações de glória do passado, repassando talentos e encarando as mazelas da velhice com mais humor e alegria. Assim faz o trio Reginald, Wilf e Cissy (Pauline Collins, também em Albert Nobbs, Shirley Valentine). Até que a chegada de Jane (Maggie Smith, também em O Exótico Hotel Marigold, Nanny McPhee e As Lições Mágicas, série Harry Potter) causa um desequilíbrio e os antigos amigos precisam reencontrar a harmonia dos cantores de ópera do passado.
O filme não fecha os olhos para todas as dificuldades que vêm junto com o envelhecimento: distanciamento dos parentes, as doenças, as limitações, as perdas inevitáveis. Mas em seu primeiro filme como diretor, Dustin Hoffman acerta no tom. Consegue mesclar humor, nostalgia (que tem mais cara de saudade do que de tristeza), esperança e alegria de viver, sem ser piegas. E, neste caso, conta com um bônus a mais: a música, que de fato ajuda a deixar tudo bem mais leve. E se você for do tipo que acompanha os créditos do filme, verá que diversos atores coadjuvantes são realmente músicos aposentados, que fizeram o papel deles mesmos. Ótima ideia, sinal de que nunca é tarde para se reinventar.
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