O PROFISSIONAL – LÉON
Opinião
Em que momento da vida eu deixei escapar este filme, que coloca Natalie Portman no mundo do cinema pra nunca mais nos deixar? Mas sempre é tempo, faço aqui a mea culpa e aproveito pra compartilhar com vocês este garimpo precioso.
O PROFISSIONAL, de Luc Besson, é de 1994 mas aterrissou pra mim só agora. Conta a seguinte história: Mathilda (Natalie Portman, também em Cisne Negro, Jackie, Um beijo Roubado) tem 12 anos, vive com a família (totalmente disfuncional) e passa por aquele momento da pré-adolescência de transgressão — fuma escondido, dá uns perdidos, coisa básica. Mas nada se compara à transgressão do pai, que por trás de uma ocupação formal, é traficante de drogas. Um dia, a prestação de contas com o chefe do esquema (Gary Oldman) — que por acaso vem a ser o chefe da divisão anti-drogas da polícia, o DEA (!) — nota que a conta não fecha e que o pai de Mathilda está roubando mercadoria.
Acerto de contas feito, a família morre. Acontece que Mathilda mora no mesmo andar de um assassino profissional, o Léon (Jean Reno). É ele quem a acolhe e dali surge uma relação improvável e muito linda de se ver.
Jean Reno, pra mim, é o eterno Enzo de IMENSIDÃO AZUL (1988) que me marcou enormemente na juventude. Queria rever, mas não encontrei. Aqui ele faz este assassino de aluguel italiano, parte da máfia italiana liderada por Tony (Danny Aiello), dono de uma trattoria. É construído por Luc Besson como alguém que tem uma ingenuidade a mais, uma doçura a mais; alguém com alguma questão cognitiva diferente, incapaz de filtrar o ato de matar. Por isso não será, para Mathilda, uma companhia nociva. Pelo contrário.
E, por fim, Mathilda. Natalie Portman faz aqui seu primeiro papel aos 12 anos e é espetacular. Um talento inquestionável nesta menina vulnerável e corajosa, emotiva e decidida. Ainda bem que agora conheci Mathilda. Virei fã.

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