O MONGE – Le Moine

Cartaz do filme O MONGE – Le Moine

Opinião

A culpa ganha a dimensão que nós estamos dispostos a lhe dar. Nem mais, nem menos. Essa foi a colocação mais forte desse filme, que está repleto de cenas marcantes, imponentes, pecadoras, sombrias. Claro, estamos em um mosteiro espanhol de monges capuchinos, em meados do século 17. A atmosfera escura e misteriosa é perfeita para o imprimir a força que o diretor Dominik Moll quer dar ao pecado, à culpa, à tentação. E usando a figura do ator Vicent Cassel como o monge que passa de modelo à transgressor e pecador, melhor ainda.

Não espere nada muito palatável, de fácil digestão. O Monge tem uma estrutura que enfoca o lado prático no começo, ou seja, a missão de Ambrósio como pregador, seu carisma com os fiéis, sua oratória cativante. Depois envereda para outro lado, o da tentação, da imaginação, dos sonhos, do pecado. Aí o filme ganha, além do tom sombrio, um tom de mistério, de miséria humana, de culpa, de loucura. Ouvi algumas pessoas dizendo que é forte demais. Mas esta é a intenção, provocar, passar da adoração e santidade para o estado de queda, humilhação, abandono. Chega a ser cruel.

Da minha parte, gostei da proposta do filme, da reflexão sugerida. Realmente não passa despercebido. Mas o melhor de tudo é Vincent Cassel (também em À Deriva, Cisne Negro, Um Método Perigoso). Vá preparado para algo com clima de Idade Média – embora não seja. E veja que peso você dá para a maldita da culpa. E para o pecado.

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