O IMPOSSÍVEL – The Impossible

Cartaz do filme O IMPOSSÍVEL – The Impossible

Opinião

Adivinhem para onde tenho férias programadas em janeiro? Tailândia. Será que foi por isso que o filme me impressionou tanto? Pode ser. Deve ser. Espero que fenômenos assim não se repitam em um curto espaço de tempo, afinal são só nove anos desde que o tsunami varreu a costa da Tailândia naquele verão de 2004. Mas não é só isso. O que aconteceu por lá foi mais  impressionante ainda porque assistimos e acompanhamos tudo ao vivo, sem acreditar que pudesse ser verdade. Devastador, por si só.

No cinema, a gente até acredita. Clint Eastwood já falou do assunto em Além da Vida, com Matt Damon e Cecile de France, em 2010. De novo a cena da onda que invade o tranquilo paraíso impressiona, massacra, afoga e desespera quem vive para ver o que sobrou. E quem sobreviveu. O roteiro é real, aconteceu com uma família espanhola que passava as férias de Natal no litoral tailandês. Em meio a 230 mil mortos, considerar que uma família inteira (pais e três filhos de 5, 7 e 10 anos) sobreviveram e se reencontraram no meio do caos, é praticamente impossível.

Interpretados por Naomi Watts (também em 21 Gramas, Destinos Ligados, Você Vai Conhecer o Homem dos seus Sonhos, Jogo de Poder, J. Edgar) e Ewan McGregor (também em Amor Impossível, Sentidos do Amor, O Escritor Fantasma), O Impossível ganha uma carga dramática grande. Por isso, está avisado: quem não estiver afim de ver tragédia, drama familiar, morte, perda, crianças desesperadas, garimpe outras opções no blog. O filme é forte e real. Toca no medo mais profundo que é a perda de um filho, ou no temor de um filho de ficar órfão. O medo de se ver sozinho no mundo. O medo de enfrentar a vida de outra maneira.

Alguns trunfos para que o filme fosse realmente impactante e não somente um melodrama. Os protagonistas, Naomi Watts, McGregor são muito convincentes, inclusive na premissa de que eram sim uma família feliz. Isso aumentou minha agonia de ver a família dilacerada. As três crianças, e principalmente Lucas, o mais velho, também consegue segurar o rojão que é interpretar o tempo todo no limite da dor e do desespero.

Prepare-se: passamos o filme todo, com exceção da primeira parte em que a família está curtindo as férias, em cenas de fim de mundo: a onda gigante arrasta tudo que vê pela frente, Maria se afoga (e nós junto) em meio aos destroços, vemos gente morta e gente morrendo, feridos, perdidos, desesperados, órfãos. Falta de medicamento, comida, água, recursos, socorro. O tempo todo é a busca pela ajuda, pelo remédio, pelo pai, mãe, irmãos, solidaridade. Há poucos minutos de alento, e mesmo assim, ainda são instantes de dão a entender que o trauma é grande demais para terminar por ali.

Quem já foi para aqueles mares diz que não dá para acreditar que um oceano tão calmo pode se transformar em tamanha anomalia da natureza. Raiva ferroz. Vou checar de perto e espero estar de volta no tempo planejado. Enquanto isso, se tiver fôlego, vá ver. Ou comece pelo trailer, talvez seja mais fácil de sobreviver.

Trailers

Comentários