O CRÍTICO – El Crítico
Opinião
Tomara que O Crítico sobreviva em cartaz, no meio de tantos filmes visados e badalados que vêm por aí por causa das premiações. Filme argentino, pode ser que sobreviva. Mas as pessoas têm que descobrir que ele está ali, em apenas uma sala, no Bela Artes e fazer o boca a boca funcionar. Mesmo que os primeiros minutos pareçam ser tão chatos quanto o protagonista – um jornalista rabugento, que escreve sobre cinema e está sempre de mal com a vida – insista. O diretor vai construindo o filme, ao mesmo tempo em que desconstrói o personagem de Víctor Tellez e mostra a sua verdadeira cara. No final, você vai adorar o que assistiu.
Da maneira sutil, humana e sensível de fazer cinema na Argentina, o ritmo do filme é um retrato do próprio jornalista. Aliás, é claro que vesti a carapuça, já que também vou às cabines (sessões exclusivas para jornalistas, para assistir às produções antes da estreia) e também escrevo sobre cinema. Mas Tellez é do tipo jornalista implacável, diz sofrer da “maladie du cinéma” e não tolera o gênero comédia romântica. Acha uma chatice, sem qualidade ou valor. Vive reclamando de tudo, dando patada nas pessoas, atraindo encrencas.


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