Opinião

De anjo, só tem a cara. Carlos Robledo Puch, o garoto bonito e charmoso que ganha o apelido de Anjo da Morte, é o prisioneiro mais antigo da Argentina e está atrás das grades há mais de 46 anos. E não é sem razão. Personagem complexo, o Carlitos. E encantador!

Com jeito de quem consegue tudo na vida, Carlos descobre que leva jeito pro crime ainda na adolescência, mantém uma relação com a mãe na casa do me-engana-que-eu-gosto (e Cecilia Roth sabe fazer bem este papel, considerando que o produtor é Pedro Almodóvar) e segue pro crime. Encontra pela frente gente perigosa e faz a festa, sem limites.

O ritmo de O Anjo empolga e não dá folga um minuto. Focando nos detalhes, no seu jeito doce e dissimulado, o ator Lorenzo Ferro incorpora a história fascinante, está em plena harmonia com a reconstituição de época dos anos 1970 na Argentina e não deixa ninguém desgrudar da tela. Com elenco de peso contando também com Mercedes Morán e Chino Darín, Uma atmosfera de verdades e mentiras entrelaçadas – bem do jeito que o crime bem feito precisa.