NINE
Opinião
Nem tudo depende de seu gosto por musicais. É um gênero que me agrada, mas nem por isso saí superanimada do cinema. O elenco é realmente muito bom: lindas e talentosas mulheres, Daniel Day-Lewis no papel do cineasta-sem-roteiro. Mas a verdade é que fiquei esperando, até o final, o filme engrenar. E acho que não engrenou.
O tema é interessante e recorrente – acho que é o que eu mais gosto no filme. Cineastas, por mais renomados que sejam, nem sempre são capazes de criar como gostariam ou como é exigido pelo público, assim como os pintores nem sempre agradam com seus quadros, nem os escritores com seus livros. É o caso do italiano Guido Contini (Daniel Day-Lewis), que está em vias de divulgar para a imprensa seu novo filme, mas não tem ainda roteiro. O que ele tem é uma mente confusa, obcecada pelas várias mulheres da sua vida, sejam elas reais (a esposa, a amante, a jornalista, a figurinista e a atriz) ou imaginárias (a mãe e uma prostituta). O musical entra justamente com cada um delas, que têm um momento único de música e dança.
Nine está bem cotado para o Oscar deste ano. Concorre a Melhor Atriz Coadjuvante com Penélope Cruz, Direção de Arte, Canção Original com “Take it all”, Figurino. Apesar disso, confesso que fiquei um pouco cansada da dinâmica do filme, da confusão de Guido e do vai e vem do diretor para cada uma das mulheres à procura de si mesmo e de um roteiro para seu filme. Embora o diretor seja o mesmo do musical Chicago, achei que faltou história. Mas para quem gosta de musical e figurino de show da Broadway, talvez compense.
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