MAESTRO
Opinião
Especial 80º Festival de Veneza
Bradley Cooper esteve em Veneza em 2018 pra apresentar Nasce uma Estrela. Foi meu primeiro festival de cinema e você já pode imaginar o impacto. Desta vez, já sabíamos que ele não viria pra apresentar MAESTRO. Nem ele, nem Carrey Mulligan. Não dá pra furar a greve e isso esvazia o festival de estrelas hollywoodianas.
Mas a solução foi boa. Estiveram aqui a filha de Leonard Bernstein e Felicia Montealegre, Jamie Bernstein. “Não considero uma cinebiografia”, diz ela na coletiva. “Este projeto começou há muitos anos e quando Bradley trouxe um novo recorte pra narrativa, ela se tornou uma história de amor.” De fato, é como se a música e a carreira do pianista, compositor e maestro americano Leonard Bernstein (compositor de West Side Story, entre tantos outros) abraçasse o casamento dele com Felicia. Este enlace tem o protagonismo do filme. “Nossos pais queriam compartilhar com o mundo sua história de amor, então sempre é tempo de contá-la”, completa Jamie.
Dirigir e atuar não é pra qualquer um. O que os produtores e ressaltaram foi a determinação de Bradley de realmente encontrar a essência de Lenny, como era chamado, como maestro. Depois de cinco horas de maquiagem pra preparar seu personagem, Bradley comparecia ao set pra dirigir e atuar, já tendo Lenny incorporado. Repare no pôster do filme, que traz Felicia de costas pra nós espectadores. Embora não tenha nada de espetacular, é através dos seus olhos que fazemos o recorte do maestro, num formato escolhido sobre medida por Bradley pra funcionar nas premiações de 2024.
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