LUA AZUL – BLUE MOON

Opinião
Irina é visceral em LUA AZUL e sofremos com ela. Parte de uma família disfuncional, violenta, machista e perversa, ela tenta escapar, mas não consegue.
Vencedor da Concha de Ouro no Festival de San Sebastián em 2021, coloca a mulher em um lugar de dependência que é espelhado em outras tantas sociedades. Aqui, estamos na Romênia. Uma família dona de vários empreendimentos, em que homens controlam com violência física e psicológica as mulheres, traz uma realidade perversa: a impossibilidade de sair do ciclo vicioso e a falta de alternativa.
E o que é pior: Irina tem 22 anos, sonha em fazer faculdade em Bucareste e se ver livre da opressão dos primos e tios que a chantageiam, a obrigam a trabalhar nas empresas da família. A falta de ética, moral, decoro, elegância vai minando a sua capacidade de identificação, de distinção, de luta. O primeiro filme da diretora Alina Grigore, que merece atenção. San Sebastián deu ao filme o merecido respeito, com o prêmio máximo nesse festival que privilegia filmes autorais, histórias que merecem ser vistas.
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