KOMPROMAT
Opinião
KOMPROMAT é o termo inventado pelo serviço secreto russo para designar uma operação que tem como objetivo destruir a reputação de alguém. Pelo motivo que for. Aliás, falta de motivo não é problema para o modus operandi russo. Desde que aquela pessoa vá contra o regime, sua filosofia ou sua maneira de conduzir os “negócios”, já pode ser considerada carta fora do baralho formal e oficialmente.
O resultado é um thriller de espionagem livremente inspirados em uma história real, que mostra a vida de um cidadão francês expatriado para a Rússia transformada num verdadeiro inferno. Mathieu vive com a família em Irkutsk, na Sibéria, como diretor da Aliança Francesa. O que seria um cargo aparentemente inofensivo do ponto de vista político acaba batendo de frente com os interesses da ex-KGB, agora FSB. Uma vez fichado, Matthieu é acusado de crimes terríveis e começa uma jornada para sobreviver a toda essa farsa.
Num mundo em que há ferramentas suficientes para fabricar mentiras, o que as autoridades russas fazem é fabricar o tal dossiê chamado kompromat, o que torna legal qualquer contravenção, desaparecimento, assassinato. É o que vemos acontecer, na guerra de narrativas, na construção de vilões que justifiquem a violência e o autoritarismo. Em tempo: não é um filme de época. Está falando da nossa era, de como as coisas funcionam por lá e em outros lugares bem perto de nós.
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