GLORIA BELL

Cartaz do filme GLORIA BELL

Opinião

Em 2013, o diretor chileno Sebastián Lelio fez o filme Gloria com a atriz conterrânea Paulina García, contando a mesma história vivida agora por Julianne Moore. E a verdade é que, por mais estranho que pareça um diretor fazer dois filmes sobre a mesma personagem, com intervalo de apenas cinco anos, faz algum sentido. Isso porque a história da mulher divorciada na casa dos 50, que é independente e sabe o que quer, que se apaixona e deixa de se apaixonar, que adora sua vida esteja ela como estiver, se repete infinitas vezes na vida real.

O que Sebastián Lelio faz é repetir na telona também – e poderiam ser vários perfis de mulheres, em vários países, mas sempre com o mesmo  viés. Com Paulina García, havia o ineditismo da narrativa e o filme foi premiadíssimo por isso e por sua potente atuação. Aqui, Julianne Moore está plena no papel. Sua Gloria Bell é divorciada há 12 anos, tem um trabalho burocrático, seus filhos já são crescidos e cheios de encrencas – que ela tenta, com muito tato, ajudar sem invadir -, tem bons amigos e adora sair pra dançar música dos anos 80. Vivendo um dia depois do outro, conhece um sujeito recém-separado, envolve-se emocionalmente, mas ele ainda não se libertou do estado civil “casado”. Lá vai Gloria se reinventar novamente.

É isso: Gloria Bell, assim como Gloria, é filme de gente comum – e de gente resolvida, decidida. É uma história que se repete nas telas, em outras línguas, formatos, narrativas, porque é assim, também, na vida real. E Sebastián Lelio (também diretor de Uma Mulher Fantástica) dá o recado claro de que os 50 são, de fato, os novos 30.

Trailers

Comentários