Opinião

A melhor parte de filmes como este — é o 2º do que parece já ter virado a “franquia Knives Out” — é que nem tudo é o que parece ser. E o que é, de verdade, está bem diante dos nossos olhos. A gente é que teima em não prestar atenção. Olhares viciados e distraídos, os nossos…

GLASS ONION: UM MISTÉRIO KNIVES OUT trata do conceito da resolução de mistérios à la Agatha Christie e Sherlock Holmes. Só que nosso detetive, que é considerado o melhor do mundo e tem sua intimidade revelada neste filme, é Benoit Blanc — que eu diria que é o melhor personagem, inclusive porque é Daniel Craig.

O princípio é o mesmo: um grupo de pessoas, conectadas de alguma forma, se reúne numa ilha paradisíaca e alguém morre. Mais do que descobrir quem matou, o lance é observar os detalhes do emaranhado de motivos e atitudes de cada um dos participantes, que vão enrolando todo mundo.

Mistério com humor e caracterização de personagens dentro dos perfis atuais do que vemos por aí de celebridades, influenciadores, gênios da tecnologia, seres que se autodenominam “disruptivos”, é divertido e pretende ser leve mesmo. Mas é verdade também que há muitas camadas da cebola da hipocrisia descascadas, neste ambiente envidraçado que de transparente não tem nada. Metafórico, ou tô viajando?

Independente disso, é filme pra divertir e não pra pensar. Em tempo: Benoit Blanc que me desculpe, mas gosto mais do desenrolar da trama e dos detalhes criativos do que do desfecho. E você?