GÊNIO INDOMÁVEL – Good Will Hunting
Opinião
Alguns atores não têm mesmo descanso. Além de serem peças geradoras de público, são atores coringas, de forte presença nas telas e de muito talento. Matt Damon é um deles, que chama a atenção pela quantidade de filmes nos últimos anos. Aqui no Cine Garimpo temos Contágio, Bravura Indômita, Além da Vida, Invictus, Syryana – A Indústria do Petróleo, Trabalho Interno e Running the Sahara (como narrador), além de inúmeras participações com a voz em animações como Ponyo – Uma Amizade que Veio do Mar e Happy Feet 2. Para fechar o ano, estreia em mais um filme no dia 23 de dezembro: Compramos um Zoológico.
Não é pouca coisa. Voltei no tempo e garimpei Gênio Indomável, de 1997, quando Damon tinha 17 anos. Do mesmo diretor de Inquietos, Gus Van Sant fala aqui das relações humanas, a começar pela maneira como cuidados de nós mesmos. Matt Damon é Will Hunting, um gênio em matemática e tudo o que se refere ao mundo exato. Mas indomável em matéria de humanidades, a começar pela maneira com que lida com ele mesmo, com seus traumas, suas dificuldades e sua forma implacável de passar por cima dos sentimentos – seus e dos outros, como da namorada Skylar (Minnie Driver, também em A Condenação, A Minha Versão do Amor).
Até que seu talento é descoberto por um professor da faculdade onde é faxineiro e um terapeuta com características opostas é designado para tratá-lo. Na pele do sempre ótimo e carismático Robin Williams (Uma Noite no Museu 1 e 2), Sean Maguire traz à tona o lado humano das pessoas, dele mesmo, ressaltando ser falível, reflexivo, sensível. O embate de tudo isso com o frio e calculista Will provoca um cair das máscaras duro e dolorido, temerário e vagaroso. Mas possível, no cuidado com os sentimentos, com as palavras que ferem, com os relacionamentos frustrados, com a culpa jogada em cima dos outros e dos fatos. Gênio Indomável é um filme belíssimo sobre o valor das experiências de vida e não só do conhecimento formal, sobre o sempre possível resgate de si próprio e controle das rédeas da vida. Vale revisitar!
Comentários