FELIZ QUE MINHA MÃE ESTEJA VIVA – Je suis heureux que ma mère soit vivante

Opinião
Feliz que Minha Mãe Esteja Viva vai bem até quase o final – eu dispensaria, sem medo de errar, o desfecho do filme. Faria um corte alguns minutos antes. Mas este filme só existe por causa justamente do final – a história original foi encontrada num artigo e transformada em filme pelos diretores, que são pai e filho. Curioso, porque o tema em questão é justamente a família, as frustrações não resolvidas, a revolta e a falta de harmonia. Mas não de forma genérica, e sim num caso de adoção.
Em poucas palavras, uma mãe jovem coloca os dois filhos para adoção; quando o mais velho cresce, resolve ir atrás da mãe verdadeira. Com os pais adotivos, esse rapaz é rude e agressivo, não quer formar vínculos; com a mãe verdadeira, desenvolve um relação de posse, apropriação, na tentativa de resgatar os 15 anos em que se sentiu desprezado, mas não se preocupa em cuidar da construção emocional e equilibrada desse relacionamento. A evolução de tudo isso é interessante, inclusive do ponto de vista da família que os adotou. Mas o desequilibrado e instável Thomas não encontra seu lugar ao sol. Se bem que, na última cena, um leve sorriso indica que talvez tenha chegado onde pretendia. Ou seria puro sarcasmo? Não sei, de qualquer maneira, reitero que cortaria a redenção final. Terminaria o filme na cena fatídica. Quem for ao cinema, verá.
Estreia sexta-feira, dia 25 de março.
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