ESTAMOS TODOS BEM – Stanno Tutti Bene
Opinião
Com a dobradinha de Ennio Morricone, na trilha sonora, e Guiseppe Tornatore, no roteiro e direção, não há como não se lembrar de Cinema Paradiso. Mesmo porque o pequeno Salvatore Cascio também está no elenco, embora em breves aparições. Fato é que vi este filme por acaso e foi uma belíssima e agradável surpresa. Depois vim saber que Robert De Niro filmou uma outra versão do filme italiano, ele no papel de Mastroianni (Estão Todos Bem).
Mas, voltemos à Itália. O filme é lindo, poético. Não só pelo formato, mas também pelo tema. Mastroianni está na pele de Matteo Scuro, um senhor aposentado que todo ano consegue reunir os filhos, pelo menos no Natal. Quando já não é bem sucedido na façanha – já que cada um deles mora em uma cidade italiana e tem seus afazeres – ele resolve sair da Sicília e visitar os filhos. Um por um, visita surpresa.
O que se sucede é um encontro recheado de desencontros, de expectativas frustradas, de mentiras, de distanciamento. Difícil a tarefa de educar, criar cada filho de acordo com suas habilidades e dificuldades, sem depositar neles os nossos desejos. Difícil a tarefa de mostrar quem você realmente é, de frustrar as expectativas dos pais, de seguir seu próprio caminho, de fazer escolhas, de assumir responsabilidades.
Estamos Todos Bem é um filme sensível sobre família e a sobre a dificuldade de lidar com o outro. Mas é bem verdade que ela começa quando termina a dificuldade que temos de lidar com nossas próprias questões. O limite é uma linha muito, mas muito tênue.
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