ELSA & FRED
Opinião
Mesmo que você assista esta versão americana de Elsa & Fred, vale a pena dar uma espiada no filme argentino que serviu de inspiração. Elsa & Fred – Um Amor de Paixão tem comentário no Cine Garimpo e por isso não vou repetir aqui o que já disse lá. O que vale a pena repetir é que ambos os filmes são uma homenagem ao amor reinventado, sem idade, sem formato pré-estabelecido. Caracterizado aqui pelo encontro de dois senhores na terceira idade, eu iria mais adiante: diria que o filme é para todos nós, que por vezes não acreditamos que é possível renascer e apreciar a vida e os relacionamentos de forma diferente.
Elsa é divertida, tem o talento da improvisação, da alegria no improvável e do sonho; Fred é carrancudo, rabugento e de mal com a vida. São vizinhos e encontram, passo a passo – como diz Elsa – uma via comum. Simples e romântico, tem também um recado preciso aos filhos daqueles que envelhecem, no momento em que as funções se invertem e eles começam a cuidar de seus pais. Não podemos esquecer que a vida ainda é deles e que a terceira idade, hoje em dia, já mudou de prateleira, chega mais tarde e quando morre alguém aos 65, 70, dizemos espontaneamente que “morreram jovens”.
Garimpando na locadora, outros bons filmes tocam nesse delicado ponto da reinvenção da vida nessa idade em que bate a solidão. Recomendo quatro, para o fim de semana. Anote aí, garimpe lá no blog e divirta-se: E Se Todos Vivêssemos Juntos, da francesa Stéphane Gobelin, O Exótico Hotel Marigold, do inglês John Madden, o francês Minhas Tardes com Marguerite, Jean Becker e o clássico Conduzindo Miss Daisy, do americano Bruce Beresford. Todos são um brindo à amizade – a irrestrita e atemporal forma do amor.
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