EL JOCKEY

Cartaz do filme EL JOCKEY

Opinião

É verdade que EL JOCKEY tudo gira em torno de um rapaz que é jockey e é a aposta de uma galera que mais parece um bando de mafiosos de terceira categoria. Mas, como disse o diretor Luis Ortega, “a paranoia é fonte constante de inspiração”. Então é ela que vai dar o tom.

Ortega conta que a ideia do filme surgiu quando passeava por Buenos Aires e se deparou com um mendigo russo vestido de mulher. “Ele dizia que não existia, porque entrava na farmácia, subia na balança e seu peso era zero”, conta ele. Este é o personagem: alguém que não encontra seu lugar no mundo, nem razão de viver. “Quem tem paranoia sempre se tem um roteiro.”

É um filme visual, pictórico. Em alguns momentos, estamos na mente dos personagens; outras, somos convidados a simplesmente viajar na incerteza do que a trajetória deles está nos sugerindo. Junto com April, está Mariana, jovens jockeys que também se aventuram na jornada desconhecida do autodescobrimento, experimentando os limites dos papéis.

EL JOCKEY é uma viagem pelo subconsciente, beira o absurdo e a tragicomédia, praticamente nos dizendo que se achamos que controlamos algo nesta vida, nunca é tarde pra entender que navegamos na incerteza e que esta pode ser a grande graça da jornada: descobrir-se diferente a cada esquina. Portanto, não espere sequência lógica. Simplesmente, aproveite a viagem, porque segundo Úrsula Corberó, “tive que confiar que aquela personagem estava dentro de mim, porque me deparei com situações inusitadas e continuo sem resposta”. É isso, uma caixinha de surpresas — boa só pra quem pensa fora da caixa.

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