DOUTOR JIVAGO – Doctor Zhivago
Opinião
De novo falando de um dos grandes filmes do diretor inglês David Lean, também de Passagem para a Índia e Lawrence da Arábia, de novo ressalto sua capacidade de contar uma grande história. Memorável. Constrói o panorama anterior à Primeira Guerra Mundial de uma Rússia aristocrata, do nascimento da Revolução Socialista, da fome, penúria e perseguição que se instalam com o poder socialista. Em mais de 3 horas de filme, Doutor Jivago é mais do que um clássico. É uma relato histórico baseado no livro homônimo de Boris Pasternak minuciosamente produzido (ainda mais considerando que isso foi feito há quase 50 anos) e cuidadosamente elaborado para não ser um novelão, mas sim um bonito romance histórico, sem melodrama excessivo, com emoção na medida certa.
Doutor Jivago (Omar Sharif, também em Lawrence da Arábia) é um médico que vive confortavelmente na sociedade aristocrata dos czares russos, mas que se mostra digno e correto, sem se render aos mandos dos corruptos do sistema. Casa-se com Tonya (Geraldine Chaplin, também em Americano) e se apaixona-se por Lara (Julie Christie), filha de uma costureira que casa-se com um revolucionário e vive dos favores de um político inescrupuloso, este que dança conforme a música para se favorecer. O czar cai, os socialistas tomam o poder e suas vidas são duramente afetadas por tudo isso – assim como as do povo russo, que sofre nos campos de trabalho forçado, passa fome e frio, perde suas propriedades e familiares. Toda essa história é contada por um oficial do partido, meio-irmão de Jivago, que nos anos 1940 quer encontrar sua sobrinha, filha de Jivago com Lara.
O enredo é muito mais elaborado e detalhado do que isso, claro. Essa é só para localizá-lo no tempo e no espaço, para dizer que o filme visita momentos históricos, constrói personagens marcantes e é um clássico que deve ser visto. Reserve 3 horas – você não vai se arrepender.
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