BEM-VINDOS A BORDO – Rien à foutre
Opinião
Não simpatizo com Adèle Exarchopoulos em todos os seus filmes, mas este papel de comissária de bordo de uma companhia aérea europeia de baixo custo e sem qualquer glamour, ficou interessante.
Cassandra rala pra dar conta dos perrengues no embarque, pra atingir a meta de vendas de produtos e de comes & bebes a bordo, e representa uma profissão que hoje não tem mais o prestígio tinha antigamente. Gosto do realismo das cenas, que facilmente relacionamos com algo que já presenciamos na vida de viajantes. No fundo, está falando da precariedade das relações de trabalho — assunto na pauta do dia.
Quando não está voando, Cassandra mostra que tem uma vida pessoal instável, cheia de pontas soltas, regada a Tinder e muitas baladas. Aqui já fica menos interessante, o filme se perde e se alonga demais.
“F*da-se” seria a tradução literal do título original “Rien à foutre”, considerando as suas possíveis variações. Não dá pra fugir muito disso se for pensar em transmitir, em português, o mesmo sentido. Acontece que a opção foi adaptar para um morno e sem graça “Bem-Vindos a Bordo”, que não cheira nem fede. Desta vez, fiquei sem saber o pensar onde é que os diretores queriam chegar com este “f*da-se”original.
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