AVATAR
Opinião
Avatar é ficção científica pura, claro – por isso, quem não gosta do gênero mundo-mágico-seres-imaginários, atenção! Mas tem um viés de natureza humana muito forte. Apesar de se passar no futuro, em um lua chamada Pandora, com seres azuis de três metros de altura e animais coloridos e extremamente selvagens, fala da relação do homem com o meio ambiente, da intolerância com o diferente, da ganância. Gostei por isso, embora se possa pensar que tudo não passa de clichê do tipo “destruidores dos povos nativos do planeta e da natureza”. Ora, cíclico ou não, isso faz parte da nossa história.
Esse mundo imaginário de Pandora é um lugar com uma natureza exuberante, que à noite fica fosforescente e parece mágico. Um lugar que tem uma crença, uma hierarquia e uma natureza em total harmonia com os Na’vi – como são chamados os nativos. Acontece que os cientistas descobrem que embaixo da árvore sagrada de Pandora há uma enorme quantidade de um minério valiosíssimo. Mas nesse planeta, o homem não pode transitar, porque o ar é tóxico. Por isso, os cientistas criam um programa chamado Avatar, em que o DNA dos nativos e dos humanos é misturado para formar corpos como o dos nativos, que funcionarão ligados ao cérebro humano. É como o avatar dos jogos da internet, em que se cria um personagem à sua imagem e semelhança, num mundo de realidade simulada. Assim, a ideia é fazer com que alguns homens possam ser espiões no mundo dos Na’vi e trazer informações úteis para conseguir tomar posse da jazida o mais rápido possível. Doa a quem doer.
Em termos de imaginação de roteiro, não há muita novidade. Tem mocinho e bandido, tem gente que muda de lado quando não concorda com a trama, tem paixão entre opostos, tem a covardia do mais forte contra o mais fraco. Mas tudo bem. O forte da imaginação está justamente na produção de tudo isso. E que imaginação! Parece que James Cameron (mesmo de Titanic) só começou a filmar o projeto, que demorou 10 anos para escrever, em 2005 – quando já havia tecnologia suficiente para dar asas, literalmente, à sua imaginação (digo literalmente porque as cenas de voo são lindas).
Deixo para o final o seguinte detalhe: não fui vem em 3D – dia de Natal, os horários estavam restritos. Se puderem, não façam o mesmo. O filme foi todo idealizado em terceira dimensão, para que o espectador pudesse realmente entrar nesse mundo surreal de Cameron. Acho que vou ter que rever.
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