APPOLO 10 E MEIO: AVENTURA NA ERA ESPACIAL – Apollo 10 1/2: A Space Age Adventure

Cartaz do filme APPOLO 10 E MEIO: AVENTURA NA ERA ESPACIAL – Apollo 10 1/2: A Space Age Adventure

Opinião

A animação está em alta pra contar história pra adultos, cheias de referências, valorizando a imagem lindamente animada, mas também o texto, o diálogo, o jogo de palavras — coisa que Richard Linklater faz tão bem!

Localizando: Richard Linklater, roteirista, produtor e diretor de APPOLO 10 E MEIO, é quem também escreveu e dirigiu Boyhood: Da Infância à Juventude (2014) e a trilogia com Julie Delpy e Ethan Hawke — Antes do Amanhecer, Antes do Pôr-do-Sol, Antes da  Meia-Noite. Filmes feitos em tempo real, em que a passagem do tempo coincide com o tempo de filmagem, com a ideia de trazer a noção de cotidiano, de ritos de passagem das fases da vida, de diálogos e reflexões que permeiam o andar da jornada.

Em APOLLO 10 E MEIO, a jornada visualmente é animada, mas na verdade ela parece bem real. A técnica usada é da rotoscopia, em que a cena é gravada em live-action, pra depois ser desenhada pelos animadores em cima da própria imagem. Nos transporta com realismo pros anos 1969, no verão, quando Linklater conta a história de Stan, o sexto filho de uma casal que mora no subúrbio de Huston, perto da base da NASA, de onde decolaria a missão Apollo 11 rumo à Lua. Enquanto nos traça um panorama daqueles movimentados anos 1960 através do narrador, Stan é escalado pra ingressar numa missão ultra-secreta da NASA, já que só uma criança caberá na cápsula espacial que, por um erro de cálculo, ficou pequena demais.

Enquanto a corrida espacial está bombando, é fácil imaginar que essa história de missão top secret deve estar na imaginação do garoto de 9 anos. Mas o que não é imaginação é o panorama que o filme traz do que estava rolando — e não é pouca coisa: assassinato de JFK, programa espacial tripulado, guerra do Vietnã, contracultura, movimento pelos direitos dos negros, pílula anticoncepcional, movimento hippies, educação disciplinar, seriados de televisão, filmes, jogos de tabuleiro. A ciência e a tecnologia aparecendo pra resolver os problemas do mundo.

Tudo isso enquanto a família de 6 irmãos vivia como uma típica família americana, construindo o “American way of Life” como deveria ser. Um passeio pelo passar do tempo como poucos fazem, recortado e emendado com texto e imagem com elegância e graciosidade. Lindo de ver.

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