A SALA DOS PROFESSORES – The Teachers’ Lounge

Cartaz do filme A SALA DOS PROFESSORES – The Teachers’ Lounge

Opinião

Carla Nowak trabalha há alguns meses numa escola na Alemanha e já criou uma relação especial com os alunos. Sua saudação diária é lúdica o suficiente pra descontrai-los; harmoniosa o suficiente conectá-los em torno do aprendizado. Ao estabelecer o vínculo entre professora e estudantes, Carla consegue o mais difícil: respeito, interesse e comprometimento — três fatores fundamentais para o aprendizado colaborativo e crítico, algo cada vez mais complexo neste mundo de tantas interferências negativas, sabotagens e pré-julgamentos.

A SALA DOS PROFESSORES é onde acontece o jogo de poder, de egos, de meias-verdades, de encenações. Tudo flui, com leveza e criatividade, num ambiente favorável ao entendimento e ao aprendizado de fato. Até que um dia há um roubo e um aluno é acusado — uma acusação, diga-se de passagem, baseada em suposições, preconceitos e rótulos. Levantada a lebre de que pequenos roubos são corriqueiros na escola, Carla não se conforma. Bola um plano pra descobrir quem anda roubando, independente do valor, mesmo que seja o cofrinho em que os professores colocam moedas, numa singela contribuição para o café.

O filme, que concorre ao Oscar de filme internacional pela Alemanha, vai num crescente de suspense em que Carla ultrapassa a linha que separa o inconformismo e o idealismo dos procedimentos internos da escola e das fronteiras jurídicas que protegem indivíduos da invasão de privacidade. Linha tênue para uma jovem professora que enxerga mais longe e quer fazer justiça. A escola é um microcosmos da sociedade, em que se aprende como jogar o jogo da influência de acordo com interesses particulares e fica claro que os cancelamentos são implacáveis (lembra o dinamarquês A CAÇA, de Thomas Vinterberg). Mas é na sala de aula que o vínculo é formado quando o aprendizado é colocado como um elemento desafiador, instigante e colaborativo.

 

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