A FILHA DO MEU MELHOR AMIGO – The Oranges
Opinião
Ainda estou me perguntado por que o título original é “The Oranges“. Será que perdi alguma coisa? Aliás, esse exercício de observar as diversas traduções é bastante curioso. Cada um deles ressalta um protagonista. Em italiano é algo como “Desculpa, Mas Gosto do seu Pai“, chamando atenção para Nina, a garota problema que se interessa pelo pai da sua ex-melhor amiga de infância. Em português, “A Filha do Meu Melhor Amigo” foca em David (Hugh Laurie, o Dr. House), o pai de Vanessa que se encanta com a garota e se desencanta com a esposa. Jogada de marketing, claro. Porque nenhum deles fala de Vanessa, que é quem narra a história.
Comédia, às vezes romântica por conta desse relacionamento entre Nina e David, o filme vai na linha daquelas produções que não estão focadas no romance em si, mas nas mudanças e adaptações necessárias da vida. Isso faz o filme ser engraçado, também por conta dos bons atores, como Allison Janney (também em Juno, Histórias Cruzadas, Por Uma Vida Melhor, As Horas) e Catherine Keener (também em Sentimento de Culpa, Cyrus, Confiar) – embora, é lógico, sejam trapalhadas exageradas. Mas está dentro do clima e as coisas não precisam ter sempre a cara de cinema-realidade , não é mesmo? Ainda mais porque Vanessa, a patinho-feio da história, que se sente preterida diante da beleza da ex-melhor amiga e do irmão-herói, é uma boa personagem.
Já disse que tudo gira em torno do romance de Nina, garota independente, que é traída pelo noivo e volta para a casa dos pais. Que por sinal fica na frente da casa da família de Vanessa, famílias melhores amigas. Gostar do pai da amiga é o estopim para todos os outros integrantes das duas famílias revisarem suas prioridades, amizades e casamentos – o que de fato apresenta situações divertidas. Não tem nada de especial, mas é despretensioso – o que pode significar muito diante de muitas comédias por aí que entram de salto alto e não são capazes de criar empatia, quanto mais engatilhar uma risada.
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