A DATILÓGRAFA – Populaire
Opinião
Quem teve a oportunidade – sim, a oportunidade – de datilografar e conhecer de perto as mazelas e maravilhas de uma máquina de escrever, vai recordar muita coisa. Eu ainda tive aula de datilografia no colégio e decorar a sequência ASDFG HJKLÇ, cada qual com seu devido dedo, era um desafio. Mesmo porque, não era nada parecido com os teclado de hoje em termos de segurança (os dedos entravam no meio das teclas) e de eficiência (as hastes das letras travavam quando digitávamos rápido demais).
Depois esse romantismo terminou com a máquina elétrica,seguida pelo teclado do computador e das telas sensíveis ao toque. E não estou falando dos anos 1950, época em que o filme se passa. As aulas de datilografia eram um luxo, no auge dos anos 80. Pensar sobre esse aspecto da rapidez dessa substituição é curioso – e nostálgico. Mas o melhor de tudo é saber que hoje digito com os 10 dedos graças às sequências intermináveis que tinha que repetir, até decorar e esfolar todos os dedos.
A Datilógrafa conta a história de uma simpática moça de 21 anos, Rose Pamphule (Déborah François, também em O Monge, A Criança), que resolve seguir o caminho diferente da esmagadora maioria das mulheres daquela época. Em vez de se tornar esposa, mãe e dona de casa, resolve procurar o emprego mais cobiçado entre as mulheres: ser secretária. Acaba indo trabalhar no escritório de Louis (Romain Duris, também em Albergue Espanhol, Bonecas Russas, Como Arrasar um Coração, Em Paris, De Tanto Bater, Meu Coração Parou).
Dentro daquele clima retrô dos anos 50 e de algumas piadas graciosas, ele se encanta com Rose, resolve treiná-la para ser a mais rápida datilógrafa da França e vencer todas as competições. Sem comprometer, A Datilógrafa diverte e distrai na medida de uma graciosa comédia romântica.
Nos cinemas: 24 de maio
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