OESTE OUTRA VEZ

Cartaz do filme OESTE OUTRA VEZ

Opinião

Falou em “oeste” e automaticamente somos conduzidos a todo o imaginário que rodeia o faroeste. Homens a cavalo, que provam sua masculinidade a qualquer custo, num cenário árido não só geograficamente, mas também nas emoções, que são escassas. A abundância de OESTE OUTRA VEZ fica por conta da insensibilidade dos personagens e da capacidade do diretor e roteirista Erico Rassi de construir um panorama irônico, que nos faz rir de nós mesmos, seres humanos.

Rir pra não chorar. A dupla Babu Santana e Ângelo Antônio são Durval e Totó respectivamente. Brutos, são insensíveis a ponto de serem abandonados por toda e qualquer mulher. Inclusive, pela mesma mulher. Ninguém suporta, nem eles a si próprios. O caos de cada um está na direção de arte, do começo ao fim. O caos das casas interna e externa; a aridez do sertão de Goiás é falta de perspectiva. Pra ter o que fazer num mundo tosco e cruel, contratam pistoleiros pra matar o outro. A chegada de outros homens traz diálogos tragicômicos, que norteiam ainda mais a noção que o espectador tem da completa falta de noção dos protagonistas.

OESTE OUTRA VEZ faz parte da safra ótima do cinema brasileiro, com suas histórias tão universais quanto particulares. Com poesia e sensibilidade, Rassi traz a sensação de solidão e incompreensão, que se transforma, quase que naturalmente, em abundante violência.

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